terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Câncer Boca


Estatísticas mundiais mostram que a incidência de câncer na boca tem crescido no planeta, principalmente entre adultos jovens. O grande responsável pelo aumento entre essa turma é o vírus HPV. A explicação, segundo o Instituto Nacional de Câncer, o Inca, teria a ver com os hábitos sexuais. Os outros dois vilões são o álcool e o cigarro — quando essa dupla maligna atua em conjunto, o risco de o problema dar as caras é 30 vezes maior. A boa notícia é que o diagnóstico precoce da doença eleva as chances de cura. Para isso, devem entrar em cena dentistas e médicos.
Esse foi um dos objetivos de um projeto realizado no Ceará e finalista na categoria Políticas Públicas do Prêmio SAÚDE 2011. "Criamos o programa porque estávamos cansados de receber pacientes com a doença avançada a ponto de não ser possível operar", explica Fabricio Bitu, professor da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Ceará e coordenador da força-tarefa idealizada para conter o avanço da doença no estado. "Esses tumores são comuns em pessoas de baixa instrução e renda, com dificuldade de acesso aos serviços de saúde", continua o dentista.
A solução foi criar uma rede de diagnóstico e rastreamento que, desde 2006, reúne especialistas também da Universidade de Fortaleza, da Secretaria Estadual de Saúde, do Conselho Regional de Odontologia e da Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza — e já atendeu mais de 20 mil pessoas.
A equipe é formada por dentistas de especialidades como patologia, cirurgia, epidemiologia, além de cirurgiões médicos e estudantes. Os profissionais identificam as áreas cearenses mais impactadas pela doença, levam aos moradores dessas regiões informações sobre os fatores que provocam o mal, ensinam medidas de prevenção e realizam exames detalhados. Quando necessário, os pacientes são encaminhados para as grandes cidades, em especial Fortaleza.
O time cearense tem foco ainda no treinamento de dentistas da rede básica de saúde. Afinal, visitas regulares ao consultório desses profissionais não devem servir apenas para verificar o estado dos dentes, mas para procurar sinais que denunciem a presença de tumores. Quanto mais cedo o câncer for diagnosticado, menor será a área retirada pela intervenção cirúrgica indicada para esse tipo de neoplasia. Daí que iniciar logo o tratamento diminui as complicações que a doença costuma provocar na fala, deglutição e respiração.

Informar para prevenir
Uma dieta equilibrada é arma essencial nessa luta, lembra Luiz Paulo Kowalski, cirurgião oncológico do Hospital A.C. Camargo, na capital paulista. "O consumo de frutas e verduras protege contra o câncer", diz o médico. "Por outro lado, pessoas que comem churrasco ou carne grelhada mais de quatro vezes por semana têm maior risco de desenvolver a doença." A justificativa está na fumaça, cujos agentes cancerígenos ficam impregnados na carne. Não é o caso de limar da agenda o famoso churrasquinho com os amigos — o segredo está no equilíbrio. Outro fator que conta, e muito, para fechar as portas aos agressores é não se descuidar da higiene. Escova e fio dental, já se sabe, precisam entrar em ação pelo menos três vezes ao dia. "Mas é preciso evitar o uso indiscriminado de enxaguatórios bucais com álcool na fórmula. Eles podem disparar o problema", alerta Kowalski.
O exame clínico ainda é a melhor forma de flagrar alterações que podem ser sinal de perigo, mas pesquisadores buscam na tecnologia um apoio para a tarefa. Na Universidade de São Paulo, por exemplo, está em teste há um ano um aparelho chamado Velscope (Visually Enhanced Lesion Scope). "Ele é um coadjuvante no diagnóstico", apressa-se a dizer Celso Augusto Lemos Júnior, que supervisiona o trabalho e é presidente da Sociedade Brasileira de Estomatologia. "Os feixes luminosos emitidos pelo equipamento ajudam na avaliação e são eficientes na demarcação da área onde a biópsia deve ser feita."
O mais importante da pesquisa, na opinião de Celso Lemos, é jogar luz sobre o assunto para reforçar a prevenção: apagar o cigarro de vez, diminuir o consumo de álcool e usar protetor labial, evitando os estragos da ação do sol. Já para vencer um dos protagonistas dessa história, o HPV, não tem acordo: sexo oral, só com camisinha. Até porque a vacina contra esse vírus, recomendada há algum tempo para garotas a partir de 9 anos, só recentemente foi aprovada também para meninos. Ou seja, serão necessários anos até que os primeiros resultados apareçam. E não é nada esperto se expor ao inimigo quando se sabe a estratégia para fazê-lo recuar.

Sinais de alerta
É fundamental procurar o dentista ou o médico quando alguns sintomas persistem por mais de duas semanas. Os mais comuns são lesões e feridas que não cicatrizam, manchas esbranquiçadas ou avermelhadas na gengiva e na língua e carocinhos nas bochechas. Atente também para a dificuldade para mastigar e engolir.

Postado por: Priscila de Almeida - Monitora Educacional


sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Campanha de Carnaval contra HIV.

Carnaval e folia.



O carnaval chegou e com ele os abusos de álcool. As conseqüências são as mais graves possíveis. No trânsito, nos bailes, nos clubes, e até nas ruas, o uso do álcool causa problemas graves, como acidentes e brigas que elevam o número de ocorrências policiais, entradas em hospitais, aumento das vítimas e do número de crime com vítimas.
Também não podemos esquecer que a "ressaca" é outra desagradável conseqüência daqueles mais exagerados.
As bebidas alcoólicas ainda são responsáveis pela maioria dos incidentes na época de carnaval. O chamado "porre" é muito comum. A justificativa é o extravasamento de alegria ou até das tristezas. Nesta época, o motivo é o que menos importa.
Para quem pretende beber um pouquinho, algumas precauções devem ser observadas. Aquelas pessoas que têm úlcera no estômago devem redobrar os cuidados durante o carnaval. Bebidas alcoólicas não combinam com gastrites e úlceras. A velha técnica de ingerir gordura para combater os efeitos do álcool piora ainda mais a situação.
Outra atenção que deve ser tomada é na hora de escolher o que beber. Muitos não se importam e são capazes de beber qualquer coisa. Mas algumas bebidas têm índices de teor alcoólico maior que outras. A mais perigosa é a vodka, que possui cerca de 45% de álcool por litro de água. Já o uísque não fica longe. São 43% de álcool.
A famosa cerveja, que é a bebida preferida nacionalmente, tem apenas 5% de álcool por litro de água. O problema maior da cerveja é que a quantidade ingerida é infinitamente superior a de uma vodka ou de um uísque, o que iguala ou piora a situação.

Caminhos do Álcool

Quem pretende beber neste carnaval deve observar a hora de parar. O descontrole pode levar o indivíduo a um coma alcoólico. Esta é a fase de intoxicação provocada pelos excessos de bebida.
No início quando a quantidade ingerida ainda é pequena, a pessoa fica eufórica e falante. Conforme os níveis alcoólicos no sangue aumentam, há perda de controle, liberação da agressividade, a fala fica enrolada e a visão dupla. Se a ingestão de álcool for rápida e a concentração no sangue se elevar muito, instala-se uma fase de anestesia, sonolência e perda da consciência (coma).
Se você for beber, moderação é a primordial, deve-se beber lentamente. Antes de começar, alimentar-se adequadamente ajuda a evitar a
gastrite alcoólica. Não misture vários tipos de bebidas alcoólicas, principalmente aquelas que têm um alto teor de álcool como vodka e uísque.
As
náuseas e os vômitos também são comuns após os exageros com o álcool. Em caso de constatação de coma verifique o pulso da vítima e a coloque deitada de lado, para que, caso ela vomite, não haja aspiração para os pulmões, o que provocaria asfixia. Para a prevenção de seqüelas levar a pessoa imediatamente para um pronto-socorro ou hospital, onde terá um atendimento adequado. Um aspecto importante a destacar é com relação à glicose, que se for mantida em níveis mais altos, ajuda o indivíduo a se recuperar da "bebedeira".
Portanto, ao chegar após uma "saída", antes de dormir procure ingerir um suco adoçado com mel.

"Day After"

A ressaca é uma temida conseqüência dos excessos com o álcool. O melhor a se fazer é repousar. Ingerir bastante líquido, de preferência água ou chás de erva cidreira ou doce. Também se deve fazer uma reposição moderada de açúcar com frutas como melão e melancia. A alimentação deve ser leve como vitaminas de frutas. Um caldo de galinha, sem gordura, ajuda a alimentar sem agredir o estômago.
Os analgésicos como as aspirinas devem ser evitadas porque podem piorar a
gastrite alcoólica. A velha receita de café e banho frio não adianta. O máximo que se tem, neste caso, é um bêbado limpo e acordado, nunca lúcido. Dirigir alcoolizado é perigoso para quem guia e para quem transita (veja "Acidentes automobilísticos e álcool", nesta edição da Bibliomed Saúde).
As vítimas nesta época de festa são muitas, às vezes fatais. Se você está programando beber, deixe o carro em casa e vá de táxi.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

"CARNAVAL SEGURO"

Nos últimos anos, a campanha de estímulo ao uso do preservativo no carnaval tornou-se parte fundamental da estratégia do Ministério da Saúde para o enfrentamento do HIV/aids.

A campanha incentiva a adoção do uso do preservativo e, informa a praticidade, gratuidade e confidencialidade do exame de aids, sífilis e hepatite viral no serviço de saúde.

Os jovens gays de 15 a 24 anos são o principal foco da campanha do Ministério da Saúde para o carnaval deste ano, porque, de 1998 a 2010, o percentual de casos na população homossexual de 15 a 24 anos subiu 10,1%, conforme boletim epidemiológico de 2011. O conceito da campanha é: “Na empolgação pode rolar de tudo. Só não rola sem camisinha. Tenha sempre a sua”.

Ela será veiculada em dois momentos: a partir do dia 2, antecipando o carnaval, com alertas para o uso responsável do preservativo, e no período pós-festa, a partir do final de fevereiro, com a promoção do diagnóstico e a conscientização da necessidade da realização do teste.

A grande novidade do carnaval deste ano é um pôster dirigido às travestis. É primeira vez que o Ministério da Saúde apresenta um material específico para esse público na campanha de carnaval. Outros dois pôsteres direcionam-se aos jovens gays e à população heterossexual.

Os filmes a serem transmitidos pela TV e internet apresentam situações em que os públicos-alvo da campanha – homens gays jovens e um casal heterossexual – encontram-se prestes a ter relações sexuais sem camisinha. Em ambos os filmes, surgem personagens fantasiosos – uma fadinha, no caso do filme do casal gay, e um siri, no do casal heterossexual – com uma camisinha.